Cirurgia Laparoscópica

A laparoscopia como ferramenta de diagnóstico surgiu no início do século XX, mais precisamente no ano de 1902. Cerca de 80 anos mais tarde ela começa a ser utilizada com caráter cirúrgico inicialmente apenas em procedimentos ginecológicos. Em 1985 é feita a primeira colecistectomia (retirada da vesícula biliar) por laparoscopia. A partir dessa data um novo conceito cirúrgico, Cirurgia Laparoscópica, menos invasivo e agressivo começa a ser difundido. Além da aplicação laparoscópica (abdômen) a técnica é utilizada em artroscopias (articulações), toracoscopia (tórax), entre outras.

O advento da laparoscopia foi um grande marco que revolucionou a cirurgia moderna. Desde a descrição da primeira colecistectomia laparoscópica em 1987, por Phillipe Mouret (Lyon, França), as técnicas cirúrgicas e os equipamentos laparoscópicos têm evoluído continuamente, sendo que atualmente os cirurgiões podem acessar praticamente todos os órgãos do corpo humano com câmeras e monitores de vídeo.

Trata-se da cirurgia popularmente conhecida como cirurgia “a laser” ou “dos furinhos”. Na realidade nada mais é do que a utilização de pinças especiais introduzidas por pequenos orifícios na pele ao invés da utilização das grandes incisões realizada no passado. Muitas pessoas acreditam que se trata de uma cirurgia “sem cortes”, mas na verdade são necessários cortes da mesma forma. A única diferença é que os cortes são menores e todos os benefícios desta via de acesso cirúrgica são decorrentes da utilização desses cortes menores.

Resumidamente, a técnica cirúrgica consiste da insuflação de dióxido de carbono dentro da cavidade abdominal a fim de a expandir e criar um campo de trabalho para se realizar a cirurgia. Uma incisão de 10mm na região umbilical é realizada para a inserção de uma ótica conectada a uma câmera de vídeo. Outras incisões adicionais são realizadas para a introdução dos instrumentos cirúrgicos. O número de incisões depende do tipo de cirurgia proposta e da sua complexidade, mas habitualmente varia de 3 a 5.

Cirurgia Minimamente Invasiva

Trata-se de uma via de acesso cirúrgica minimamente invasiva que tem os benefícios de menor trauma cirúrgico, menor sangramento intra-operatório, menos dor pós-operatória, diminuição da quantidade de analgésicos após a cirurgia, recuperação pós-operatória mais rápida com retorno precoce às atividades habituais e ao trabalho, e melhor efeito estético.

Outra vantagem desta via de acesso é a redução da taxa de infecção. Isto ocorre porque os tecidos intra-abdominais não são expostos ao ar ambiente durante longos períodos de tempo, como ocorre quando o abdome é aberto em cirurgias tradicionais. A magnificação da imagem também oferece ao cirurgião melhor exposição dos órgãos doentes e suas estruturas adjacentes, vasos sangüíneos e nervos. Como resultado, manobras delicadas podem ser realizadas para proteger estruturas vitais durante a remoção ou o reparo dos órgãos doentes. Em mulheres, isto é muito importante, visto que a laparoscopia promove menor ocorrência de aderência pós-operatória, que é uma das causas de infertilidade feminina.

As desvantagens da Cirurgia Laparoscópica incluem os custos dos equipamentos necessários para a sua realização e a necessidade de treinamento especial dos cirurgiões para a realização de procedimentos cirúrgicos mais complexos. Mesmo cirurgiões experientes e habilidosos em técnicas cirúrgicas abertas necessitam de treinamento especial para transferir todas as suas habilidades cirúrgicas para a técnica laparoscópica.

Principais benefícios

A recuperação com a Cirurgia Laparoscópica é muito mais rápida, quando o cirurgião está devidamente treinado ele opera mais rápido por laparoscopia. Em equipes bem treinadas uma cirurgia aberta leva de 1h30 a 2h e a laparoscópica de 1h a 1h30. Não é uma diferença significativa, no volume sim, mas é mais o fato da recuperação. As hérnias incisionais, por exemplo, incidem em 30% dos operados na técnica aberta. Na laparoscopia é muito menor, não chega a zero mais é um número muito menor, além das hérnias serem pequenas e muito mais simples, quando aparecem.

Além disso, podemos citar que o índice de complicação abdominal e infecciosa é muito menor, a parte estética fica muito mais resguardada, causa menos dor, a recuperação pós-operatória é mais rápida e em uma semana o paciente está liberado para trabalhar. Na cirurgia aberta normalmente é necessário mais tempo de repouso para a cicatrização do corte.

Fazer cirurgia bariátrica laparoscópica reduz o tempo de operação e recuperação.

(fonte: CBC – Colégio Brasileiro de Cirurgiões)